Nas ultimas semanas vários debates estão sendo feitos em todo país acerca da qualidade da educação brasileira, seus problemas, suas limitações, suas políticas feitas de forma errônea, etc.
Mas friso a seguinte frese. São Só debates, debates imprescindíveis, mas só debates.
Digo isso não porque sou conformista, nem tão pouco porque sei que debater não leva a lugar nenhum, isso porque as diversas classes que lutam nesse estado são CLASSES, isso mesmo classes, gravem bem esse nome.
Pensar Como classe não é errado, muito pelo contrário, é uma das maiores dificulfdades que os seguimentos da sociedade tem hoje, Policiais, Médicos, Professores, Estudantes... e por ai vai. Mas outro grande problema que aflige a muitos é: Pensar enquanto todo.
Vivemos todos em um sistema baseado na acumulação de capital, baseado na exploração de um individuo pelo outro, ou seja historicamente a sociedade se organiza para conseguir algo em detrimento de outro.
Partindo dessa premissa, vamos ao raciocino: Sempre temos profissionais insatisfeitos com o tratamento que recebem dos poderes constituídos, seja por qualquer natureza, má condição de trabalho, carga horária estafante, desvalorização da função, acúmulo de trabalho, tudo isso baseado em vivencia diária, tudo dentro dos conformes. Mas em todos esses momentos a palavra de ordem é: Aumento Salarial.
Observem a linha de raciocino e vejam que não sou contra servidorm ganhar bem, muito pelo contrario, professor é a profissão que deve ganhar melhor, sou professor e sei de todos os problemas financeiros por que passam a minha classe. Mas será que todos os problemas de educação serão resolvidos com meros aumentos de salários?
Voltando a palavra que pedi para ser guardada, Classe, pois bem, seguimos ela e percebemos que no caso da educação existe um fosso entre a classe dos professores e a classe estudantil, problema a vista. Então vemos que infelizmente as direções de muitos sindicatos (O sindicato é uma associação que reúne pessoas de um mesmo segmento econômico ou trabalhista. ) não conseguem fazer com que suas direções sejam pautadas pelo bom senso, ou seja ao pensar como a danada da classe, esquecem que junto a ela vem todo um aparato social, e que as conseqüências de suas reivindicações podem ser positivas ou desastrosas para a sociedade na qual estão inseridas.
No caso da greve reza a lei:
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
Parágrafo único. O direito de greve será exercido na forma estabelecida nesta Lei.
Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador.
Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é facultada a cessação coletiva do trabalho.
Pois bem, verifica-se aqui que a lei é um artifício da classe trabalhadora prevista em lei, que a custa de muita luta foi conseguido para pressionar a classe patronal a assegurar um direito desses trabalhadores. Mas a greve é para a classe, dai vem a quantidade enorme de reclamações de outros grupos que são contrários a forma que faz greve nos dias atuais, greve essa que se confunde muitas vezes como descanso antecipado, sinônimo de casa, viajem e em ultima circunstancial por meia dúzia de gatos pingados, a luta.
Portanto conhecemos todas as dificuldades vividas pelo serviço público desse país, graças a políticas neoliberais que querem a todo custo sucatear o estado e fazer com que esse se dobre frente ao capital privado, Escolas particulares, planos de saúde, segurança privada, enfim, o chamado estado mínimo.
Quando afirmei que os debates feitos são só debates, é que a classe política desse país não esta nem um pouco interessada em resolver os problemas da educação pública, e sim estão preocupados em valorizar e injetar milhões nas instituições privadas ta ai o Prouni que não me deixa mentir.
Milhões de reais do povo investidos na rede particular.
Portanto é preciso pensar não apenas como classe, mas acima de tudo é preciso pensar que estamos todos no mesmo barco, estamos todos sendo vitimas de um capitalismo cruel que joga o ser humano a posição de máquina, que leva famílias a destruição pelo simples fetiche do lucro desmedido.
Deve-se pensar antes de tudo na grande quantidade de indivíduos que precisam da escola, para estudar, buscar um lugar bom dentro do sistema, devemos pensar a greve como forma de mobilização, como ferramenta política de contestação não só do governo mas também do sistema, devemos educar politicamente nossos alunos para que eles possam ver o verdadeiro vilão da história, não simplesmente parar por parar, mas fazer ações que mostram a grande massa que a educação deve ser tratada de forma séria, que a educação é uma forma de fazer política, de levar o individuo a pensar o mundo de forma critica, não apenas reproduzir histórias e cálculos matemáticos.
(Por Thiago Abel)
