Desde o inicio do ano a efervescência política eleitoreira vem encapando sites, revistas e jornais de nossa região, tendo em vista o avizinhamento das eleições municipais em todo o país. Nada mais normal no jogo político que de quatro em quatro anos “anima” a vida de pessoas simples pais a fora. Porém algumas características são bem peculiares a nossa região nordestina. Algumas faces bem conhecidas de paginas eleitorais (e porque não dizer policiais) sempre vêm a publico pedir um voto, um apoio, uma força ou mesmo um favor aos simples homens e mulheres que formam os colégios eleitorais em nosso estado. Alem disso e de tantas outras “sapiências” de candidatos e coligações, muitas pessoas usam certos discursos que fazem pensar as cidades como um “feudo” medieval, onde as pessoas têm apenas a posse de terrenos, mas a propriedade cabe a um senhor em posição social mais abastada. Partindo disso vemos todos os dias cartazes, jingles, outdoors, panfletos, bandeiras, e toda parafernália eleitoral capaz de fazer aparecer quem nunca sequer existiu na vida política da sua cidade, do seu bairro, ou mesmo de sua rua, mas o fato de ser DESCENDENTE de fulano ou cicrano, já faz toda diferença. São filhos, netos, maridos, esposas, primos e outros agregados que firmam sua candidatura em um mero grau de parentesco com alguém que já tenha, ou teve mandato político. Não. Definitivamente não precisa ter capacidade, não precisa ter historia política, serviço prestado, ou mesmo ser Popular, em algum meio, mesmo que você seja totalmente desconhecido e despreparado pra gerir ate mesmo sua vida particular ou financeira (um empresário falido, por exemplo) se você tiver um Aval de alguém importante já basta. Mentes pensantes de forma crítica lamentam nas ruas, na internet, na mesa de bar, no trabalho, ou em qualquer roda de pessoas, verem um carro com uma figura totalmente desconhecida postulando um cargo político (prefeito ou Vereador) e lamenta ao perguntar: -Quem é essa figura? - é a esposa do deputado, é o filho do ex-prefeito, é o primo do atual prefeito... e por ai vai, percebendo assim que a idéia que difere uma MONARQUIA de uma República, a possibilidade de não haver hereditariedade (passar de pai pra filho) é esquecida por tais candidatos, pois agem de forma a deixar tudo em casa pra não se perder uma “tetinha” apetitosa da gorda e cansada maquina pública. A mente política de nosso povo ainda está fadada a pensar pequeno, a ver a família tal como melhor opção para continuar gerindo (sugando) o município. Lamentável ver pessoas sem a mínima capacidade sequer de falar em publico, com um nível extremo de antipatia e desagrado inclusive de funcionários seus (que em muitos casos são coagidos com ameaças de perderem seus empregos caso fulano não tenha a quantidade de votos esperados) em empresas particulares ou setores públicos. Essas são particularidades que me levaram a ver as coisas por aqui dessa forma, em Alagoas se pensa república democrática como monarquia hereditária.